Mais uma noite de insônia! Passei vendo filmes, bons filmes! As 5 da manhã estava assistindo Pulp Fiction, então levantei da cama e acendi um cigarro, continuei vendo o filme e pouco antes do fim do cigarro tive uma idéia, não uma idéia qualquer, tive clareza total da minha vida! Pensei em algo que acabaria com a minha insônia, que me faria dormir bem, algo que acabaria com minha angústia e resolveria todos os meus problemas, mas estava tarde e pensei, assim que acordar vou anotar isso!
Então finalmente a insônia cedeu, meio desperto já me perdia em devaneios oníricos, raramente lembro-me do que sonho, mas esta noite não digo que teria sido um sonho, diria que pude viver por alguns minutos em uma realidade paralela.
Minha amada vinha até mim, Dizia-me que sentia minha falta, eu por ser um completo inútil sentia-me mal por não a oferecer algo grandioso, mas o que não percebia é que ela não queria grandiosidade, queria apenas o carinho com que nunca lhe faltei, e isso eu tinha de sobra.
Por fim ela me deixou, pois percebeu que a imagem que ela tinha de mim era obra da mente solitária dela, que clamava por alguém que eu não poderia ser.
Foi por perceber isso que ela se foi, e eu não a culpo, para ser franco lhe dou razão!
A imagem dela foi sumindo e de repente me dei conta que estava a olhar minha própria imagem, mas lá eu estava belo, com um ar maduro confiança no olhar. Não troquei uma palavra com aquele eu, mas pude sentir que se me dissesse algo seria com uma certeza absoluta de quem diz, poderia mostrar-me citações e opiniões convictas com um admirável senso crítico e uma notável ideologia formada.
Me dei conta que o que estava a ver era exatamente aquilo que eu aspirava ser.
Decidi então que não havia o que esperar, que faria de mim imagem e semelhança ao eu perfeito onírico.
E no momento que tomei essa decisão ele olhou no fundo dos meus olhos, não disse nada, mas pude entender. Acabei de ser desafiado por mim mesmo.
Pois te digo, Senhor eu arrogante, desafio aceito!
Acordei a poucos minutos, tenho a vaga lembrança de ter deixado passar a luz que iluminaria minha vida.
Pensei que algo tão importante não se perderia num sonho!
Olhei a minha volta e não vi os vestígios do cigarro que me lembro de acender, e até mesmo a TV que passava bons filmes nem mesmo estava ligada na energia.
Me pus a questionar o que teria sido sonho? Ou se ao menos houve realidade!
Não me preocuparei com isso, por mais que tenha sido um sonho, não deixou de ser real!
Pois bem! Meu subconsciente me pregou mais uma peça!
Agora vou a biblioteca!
Tenho muito trabalho a fazer!
